quinta-feira, junho 04, 2009
quarta-feira, junho 03, 2009
Marco do Correio



E dei comigo a pensar: se já ninguém, ou quase ninguém, escreve cartas, para que servem esses marcos vermelhos?
E senti pena: de deixarem inexoravelmente de existir; de cartas deixarem de ser escritas e colocadas nas suas ranhuras.
E recordei: as folhas de papel, de requintada qualidade, timbradas a relevo pela tipografia “Henry Gris” ou encimadas por elaborados monogramas; os sobrescritos, da mesma qualidade de papel, forrados a fino papel de seda; as tintas de escrever “Quink”, de várias cores, azul, azul turquesa, preta, castanha, que sabiam escrever, sem erros, sem “k”, sem abreviaturas inexplicáveis, textos cuidados, em letra cursiva bem desenhada, saídos de uma caneta “Parker 51”, como a que ganhei de presente, quando completei o segundo grau da instrução primária.
Será que vão desaparecer todos, os marcos do correio?